domingo, 22 de agosto de 2010

Balancé

Eu sou uma espécie de boneca amarrada a duas cordas. Os meus braços estão esticados e, à volta dos meus pulsos, existem dois grandes nós.
E balanço... direita, esquerda, direita, esquerda. Um balançar incessante e ritmado que me abana as pernas mal cozidas.

Por vezes a melodia do meu balançar é bruscamente interrompida, o ritmo cessa e o caos instala-se. As notas, anteriormente harmoniosas, desafinam constantemente e o ruído aparece. Eu balanço mais repentinamente, mais rapidamente, mais atabalhoadamente....
O cabelo despenteia-se. As pernas adormecem e a boneca, outrora calada, solta um grito abafado.

Não sei o que acontece a seguir. Se o balançar retorna ao que era, se continua abrupto, se as cordas se desatam ou se a boneca se descose e cai ao chão.

Não é meu dever saber. Afinal sou só uma boneca... uma espécie de boneca...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Prazo

Apetece-me suspirar. E suspiro, mas a vontade não passa.

O que é que eu faço? O que é que eu faço da vida? Paro e não vou, fico quieta, não me meto ou arrisco, tento e continuo?

Não sei, não sei, NÃO SEI!! Pára de me importunar, pára de estar na minha cabeça, pára de me angustiar com essa interrogação permanente. Porque é que o faço a mim mesma? Porque é que me sinto mal quando o faço? Porque é que ainda não tenho resposta?

Preciso de ajuda... eu sei que sou dependente, que não o devia ser, mas não me vão ajudar se continuarem a ignorar que eu não sei.

É que eu não sei mesmo...